Noite fria de São Paulo, início do curso de psicologia, sala na qual deveria ter entre os maiores representantes da atitude empática.
Alunos se protegem do frio, janela fechada, um aluno chega, cheio de razão e escancara a mesma, sem perguntar, sem se importar.
Outro aluno, se importa, talvez o mais hipócrita de todos, apesar de não perceber o frio em si vê seus colegas ao lado sentir o frio, indefesos, e vai a janela e a ajusta. A deixa entreaberta, considera a necessidade de ventilação porém não quer a entrada do frio intenso para incomodo de seus colegas. Logo o aluno com A Razão se incomoda, sai de seu lugare e se justifica, não escuta, apenas seus motivos, seus motivos para deixar a janela totalmente aberta e a reabre, reafirma sem palavras porém com atitudes “minha razão importa, a de ninguém mais”.
O aluno hipócrita, que deixara a janela entreaberta, e os alunos com frio silenciam-se, lamentam a indiferença. Se arrefecem, se adaptam, concluem que não vale a discussão quando um lado está certo da razão, não vale o conflito, não haverá espaço para a ponderação para o Cuidado com o próximo.
A empatia é fácil de ser estudado, fácil de ser falado, o difícil é de ser praticado. Há de suar para transformar ideias em atitudes.
Wagner Pensa Hirata 